sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

e eu não sou maior que o mar

que te levem até a beira de toda aquela água, falem sobre a violência e a calmaria, o gelo cortante do dia e o quente e aconchegante da noite; a companhia do sol e a sensação que se tem ao entrar lá de olhos fechados..

que te coloquem medo. Que te encantem e digam: 'Você tem o que precisa. Pés, mãos, corpo. Agora é só pular'.

que te deixem reunir toda a coragem, que te façam não querer mais pensar no 'e depois que eu pular?'. Que deixem seu medo em stand by em troca do encanto do infinito que se esvai a cada segundo perdido e, ainda assim, não deixa de ser infinito..

que te mostrem tudo o que você quer: viver de acordo com o que sente.
E que, a partir disso, você se decida..
E então chega mais perto, põe as nadadeiras, respira fundo, fecha os olhos e três, dois, um
chega a hora de pular

e você sente um puxão para trás.

e lembra de quando o Caio Fernando Abreu dizia:
'cuidado com as ilusões, mocinha,
profundas e enganosas
como o mar'
e sente que caiu numa teia
o pior não é se afogar
mas nunca sair da areia
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