quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O corte

Não adianta para sempre esconder a frustração
esse misto de pequenas vitórias e derrotas diárias
Passei duas horas sentada, gravei, assimilei e pesquisei
Se pensei que estavam certos ou se estavam errados
Se eram hipócritas ou meros azarados, pouco importava, era só minha opinião
diante de algo maior: exercer o que vim fazer, e fazê-lo no pleno uso da razão
e da ética, esse palavrão.

E então, texto meu, o que fizeram de você?

recursos, sala, ar condicionado, gravador,
computador, cadeira, balcão, energia
minha própria vida durante aquela hora contabilizada pela folha de ponto
nada era meu
que pretensão, oras, querer que aquele texto fosse?

Contentava-me que o texto fosse do mundo
que aquelas informações fossem divulgadas
para que cada um interpretasse a história como bem entendesse
aqueles personagens como hipócritas, vítimas ou azarados.
que tivessem, por direito, cada um sua opinião.
uma folha
duas folhas
três folhas
e o findar da manhã, como quem levantou mil halteres
tendo em mãos a finalizada soma de caracteres

então meu texto, será que você será forte?

R: palavras sem destino nunca o são
em mensagens curtas, que me diziam: total corte
eu soube que o desfecho teria a mesma aberração.

o texto, meu texto, texto deles e de ninguém
não é mais texto, é só produto de qualquer imaginação.

e a certeza de que por mais que tentemos
por mais que cuidemos
por mais que evitemos,
e preservemos:

vez ou outra a gente cai mesmo- e de cabeça - no vão
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