terça-feira, 26 de março de 2013

a historinha do homem invisível




Era uma vez um homem invisível,
e era uma vez uma mulher que só acreditava no que via, 
ou no que ouvia, mesmo que necessariamente não visse. 
Então ela começou a ouvir uma voz doce, um tanto rouca, 
uma voz que parecia cansada e depois se enchia de força 
e dizia em alto e bom som
tudo o que ela queria ouvir
era o cara invisível.

No meio desse tempo, ela via outros homens
mas o que ela ouvia deles, metade bobeira demais
metade seriedade demais,
era real demais
e não lhe interessava.
Resultado: passavam batido, invisíveis. 

Ela só via, só enxergava, aquele que ela não via. 
embora soubesse a contradição
a fria em que se metia
(ou melhor, que não se metia, porque o invisível também era intocável),
ela insistia, e insistia, e insistia. 

certa vez entrou em apuros,
procurou-o, foi em vão
enão sabia enxergar no escuro, 
não sabia tocar sem as mãos

pensava em vento, em ar, em poesia
só queria justificar e acreditar que, sim, existia o que ela não via!
ora, se ela ouvia (aquela voz que dizia que um dia apareceria)
 havia de ser real 
- em algum lugar escondido, onde as luzes podem ficar acesas -
a voz garantia
- se veriam no final

em algum mundo, planeta, 
momento perfeito, 
oitava dimensão,
restava esperar para ver o invisível,
ou achá-lo sem mais condição

e finalmente o descobriu, conseguiu tocá-lo fundo:

era só sua imaginação.




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