terça-feira, 30 de abril de 2013

Na medida do impossível

Caos of God - imagem retirada de urbanarts.com.br
Se tem uma coisa da qual o inferno está cheio é de normas, politiqueiros, pseudomoralistas, abusadores (inclusive de poder)
e,
claro,

de boas intenções. 

Estando eu cheia delas, e não as pondo em prática, já consigo sentir meu pezinho caindo no submundo profundo com suas mãos assustadoras, mas acho que ainda há salvação e justifico.
(sabendo bem que desculpas esfarrapadas também não são vistas com bons olhos..)

Ocorre que aconteceram tantas  coisas das quais não tratei, mesmo com muita vontade, que acabei deixando mesmo passar batido por aqui.
Larguei o emprego e, aparentemente, deixei para trás cinco anos de jornalismo (sobre isso, escrevi muito metaforicamente em postagens anteriores, mas, paciência, tratarei disso com mais objetividade). 
Voltei a ser estudante (Meia entrada, How). Depois de dois anos tentando, comecei um mestrado em Ciências Sociais, que está me fazendo ter que pintar o cabelo novamente antes do esperado.
É. Tá tudo branco. E eu continuo arrancando cabelos brancos (já ouviram falar sobre pulsão de morte? É menos mórbido do que parece)

Só que eu queria, e mais do que isso, precisava pensar e me voltar a outras coisas que não as referentes ao filhote. Fiquei muito tempo imersa nas leituras sobre maternagem e acabei deixando de lado tudo o que me era caro antes da gravidez. Isso é perfeitamente normal, e foi necessário, já que fiquei grávida no susto tinha muito o que eu não sabia sobre essa coisa de ter filhos e precisei me firmar enquanto mãe para afugentar a palpitaria alheia, encontrar meus próprios meios de criar e educar e ser educada por este minimim controverso.

Então, agora, além de produzir leite materno, também preciso produzir artigos, apresentar impressões sobre textos. E longe de achar isso ruim, sacrificante, pedante, cansativo, acho tudo muito refrescante. Não fosse um bebê de um ano que decidiu antecipar a fase gremlin e correr para o perigo tal qual adolescente rebelde me pleiteando atenção em tempo integral.

Além do mestrado, cuja pesquisa é sobre parto humanizado (quem diria hein?), estou tentando levar a frente um projeto antigo, o Unidos Leremos,  que ficou na geladeira enquanto ainda curava a falência da locadora de livros, a Literatus véiadeguerra. Tudo isso em meio a uma nova situação financeira. Estou desempregada, afinal, oras.

Como não bastassem, também há as ruminantes situações suspensas de cada dia, aquelas velhas confusões que nunca se resolvem (porque resolvidas estão, ou porque essas porcarias deveriam ter sido deixadas para trás mesmo), as perspectivas, as dúvidas e as certezas caídas por terra, os livros deixados pela metade, o sono acumulado, os filmes, o namorado que deve pedir as contas em breve porque praticamente não recebe atenção, e as outras pequenas coisas das quais não interessam a todo mundo também né?

Mas há coisas que me fizeram querer abrir berreiro: marcos felicianos, redução de maioridade, a aprovação das leis para empregadas domésticas, a PEC que tem gerado polêmica querendo reduzir a atuação do Ministério Público. Meus dedos coçavam para vir aqui dar pitacos sobre tudo e mais um pouco, 
mas tive que ser firme, 
e priorizar outras coisas.
Ok, a quem quero enganar?
Não foi firmeza nenhuma, só ando governando minha vida na base de paliativos contra as emergências que surgem. Apagando fogos, fazendo obras emergenciais sem licitação. 

É isso, ela, a minha vida, está um caos,
mas tá tudo bem!
e quando passar, sei que sentirei saudades.

por isso tentarei retornar aqui com uma frequência mais digna. É uma promessa.

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