segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Palimpsesto




Mistérios do mundo nos rondam
Universo enorme e, ainda assim, conforme
Tudo se interliga, sim, somos responsáveis
somos cúmplices, somos vítimas,
seres incríveis, embora nem sempre temos
dado jus a tal adjetivo.
É isso o que diz Ana Maria
Talvez ela esteja certa.

Pessoas? Somos o macrovírus da Terra!
Somos medíocres, mesquinhos.
Sempre prejudicando, quando nos convém.
Sempre paparicando, quando nos convém.
Tendo pena de nós mesmos...
São só formas hipócritas de disfarçar
esse assombroso egocentrismo.
É isso o que diz João Pedro
Talvez ele esteja certo.

Nada disso é real. Isso tudo é uma grande ilusão
Uma hipnose coletiva porque vivemos em plena dormência
Todos os sentidos, juntos, não mostram tudo
não mostram coisa alguma.
Porque tudo o que é verdadeiro só se encontra dentro de si.
Seu deus e sua religião são coisas só suas
é inteiramente individual
É isso o que diz Cecília
Talvez ela esteja certa.

E a senhora Contradição teima em nos torturar.
Cada um cria seu fantasma, seu refúgio...
Também sua descrença que aliena.
A quem devemos culpar?
A que ponto devemos nos recriminar?
Que linha tênue separa o traído do traidor?
um Sr. Monstruosamente rico de um matador?


As opiniões são sempre 'partes de mim', que tenho 'convictas'..
mas as transformo, mudo-as de acordo com o que aceita a minha alma
as vezes jogo-as fora, deixo de molho.
Mas sei sempre que elas se vão.
Opiniões nada são.

Você será sempre superficial
a menos que queira ingressar totalmente em alguma crença
em algum caminho, em algum partido
E ai então alguns dirão que és certo e outros que és errado
Mas se nenhum lado for escolhido
Então serão todos que dirão: você não tem razão.
Realmente não é isso o que importa.
Porque há um caminho sempre certo
E ele se mostra quando todos se calam
e você consegue ouvir apenas uma voz.

Até que ponto devemos permitir que o relacionamento com os outros,
que são os outros,
interfira no relacionamento próprio, que é próprio?
Quem já conheceu o céu e o inferno dentro de si,
hoje dá valor ao que há de mais simples.
E encontra o alívio em um abraço
E sabe que alívio não é consolo.
E encontra-se, como nunca, com o Amor...
Não porque acredita, ou qualifica,
ou define, ou reflete,
Mas porque o sente e o conhece.

Muita coisa vai mudar agora
coisas nunca antes imaginadas.

Palavras como estas não têm fim,
mas é melhor que se pare repentinamente,
ou...
não vão parar nunca.

E, sinto dizer mas,
ainda que tudo mude,
elas não vão parar
mesmo.

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