segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Quem diria que viver ia dar nisso?




Se você quer andar pela mesma rua para sempre, porque jura que desse jeito vai ver as mesmas paisagens, as mesmas casas e as mesmas pessoas, você vai ter uma bela surpresa belo dia, quando constatar que a rua vai ser calçada, os terrenos viram sobrados e as “mesmas pessoas” colocarão suas casas para o aluguel.

As coisas 'vão'.

Se em um grande reviravolta, tudo deu certo, você fica tão impressionado e maravilhado com tudo aquilo que não se dá conta do fato de que isso vai mudar.

As coisas são assim mesmo, todas elas, vãs.

Se de repente, na sua vida ficou tudo bagunçado, e a seqüência de incidentes não poderia estar mais terrível, isso também é uma circunstância e ela não vai durar para sempre. Não porque você rezou muito, ou porque elas resolveram te dar uma trégua, mas porque 'sim'.

A gente nunca se dá conta de que as coisas mudam, do quanto elas mudam, e que elas estão mudando neste exato instante e quando eu disser “no próximo instante também”. Em geral elas se transformam sempre que a gente “tem certeza”. Elas não estão nem aí para os efeitos, mas nossa mente prefere interpretar que elas nos 'pregaram peças'.

Elas não se apegam a nada.

Este desapego total - com os signos e com o destino e com todas essas coisas que nem sei direito o que significam - faz com que a gente confunda as coisas como 'grandes bruxas traiçoeiras', embora elas não estejam nem aí para o que pensamos sobre traição. Elas não têm idéias, por isso não mudam, só seguem a natureza de serem coisas e de seguirem. E quando elas querem voltar, não adianta ensaiar o seu “bem feito”, porque certas coisas nunca retornam com o rabinho entre as pernas. Essas coisas não têm pudor!

E as coisas podem ser nossas ações e reações, sentimentos e fragmentos, ou tudo o que vive ao redor da gente, ou dentro da gente, ou mesmo a gente. Porque há um (de)curso natural, um fim que parece início e um inicio que parece fim, e os dois que são nenhuma coisa nem outra. Há tudo isso e, nesse intervalo, ficamos cheios de mini-começos e mini-fins sem nos darmos conta.

Será que isso é bom?? Será que esse estado de letargia faz bem? Essa coisa de não percebermos quando todos os pequenos pedaços se unem formando um só? Pode ser que eu esteja ficando meio ruim da cuca, mas eu queria mesmo saber se o fato de sermos tão distraídos com o nosso presente não é, de fato, um pouco fatal, porque sinceramente acho que é...

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